Faye Girsh: “O que é uma boa morte?” e outras duas questões fundamentais respondidas em vídeo

Faye Girsh: por que condenamos as pessoas que desejam ir embora a uma morte horrível e solitária?

“Por que os americanos não podem escolher como vão morrer?”

Quando você proíbe as pessoas de morrer de modo humanizado, pacífico, sem dor e sem sofrimento, na companhia da família, tendo a chance de se despedir dos amigos e entes queridos (o chamado suicídio racional – uma decisão refletida, amadurecida, compartilhada com especialistas e pessoas próximas), o que acontece, em geral, é que você está condenando essas pessoas a uma morte solitária, violenta, horrível e indigna (o chamado suicídio irracional, uma decisão voluntariosa, desesperada, impulsiva, que se deve evitar a todo custo).



“Como você define uma boa morte?”

A boa morte é morrer do jeito que você escolheu. Uma morte pacífica, indolor, sem dor ou sofrimento.

Muitas pessoas gostariam de morrer conscientes, e não grogues.

Algumas gostariam de morrer em casa, na companhia da família.

Outras gostariam de morrer num hospital, com ajuda médica.

A morte é uma decisão pessoal.

E todo ser humano tem o direito de escolher o momento e o modo de ir embora.


“Qual a diferença entre pacientes que sofrem de uma doença física para aqueles que sofrem de uma doença mental, na perspectiva da morte assistida?”

Quando você tem uma doença física incurável, há muito sofrimento envolvido – e você será você mesmo até o fim. Ou seja: sua capacidade de decidir encerrar sua existência estará preservada até o final.

Quando você sofre de demência, você deixará de ser você em algum momento. Você perderá as características que o definem como indivíduo. Você perderá sua memória, sua identidade e sua consciência – inclusive acerca de si mesmo.

A questão da morte assistida em relação a quem sofre de uma doença mental incurável é que você, em alguma momento, perderá as condições de escolher. Você se tornará um indivíduo incompetente para tomar essa decisão.

As legislações relativas à morte assistida exigem que você esteja consciente e apto para realizar a ação que resultará na sua morte, ainda que de modo assistido, em condições de segurança e em ambiente controlado.

Restaria a esses pacientes a eutanásia – conforme instruções claras deixadas no Testamento Vital. Mas o número de países que permitem a eutanásia é ainda menor do que aqueles que permitem a morte assistida.

Este é tema de grande debate, inclusive nos países que têm leis favoráveis à morte assistida e à eutanásia.


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boamorte.org não é um site de incentivo ou de divulgação do suicídio. E não apoia quem o faz.
Procure ajuda. Especialmente se você é jovem e não é portador de doença incurável ou incapacitante.

Não tome nenhuma decisão solitária ou precipitada. Converse. Fale. Ouça. Informe-se.
A vida com qualidade é sempre a melhor opção.
boamorte.org é um espaço de discussão sobre o direito de morrer de modo humanizado, com dignidade – o derradeiro direito civil a ser conquistado. E a ser exercido somente em casos de sofrimento insuportável, em geral no fim da vida, quando a espera pela morte natural se tornar inaceitável.

A morte voluntária assistida, tanto na versão autoadministrada quanto na versão administrada por terceiros, constitui um procedimento ilegal hoje no Brasil

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